Cara, é incrível! Cheguei em casa ontem depois de mais um dia de médicos e cansaso. Hoje tem fisioterapia no INTO. E na verdade sinto mesmo que estou evoluindo nos movimentos.
Não estou aqui p/ falar do meu caso de lesão de plexo braquial. Se alguém me perguntar eu respondo, mas acho que o melhor é que cada um pesquise sobre o assunto. Aí sim poderemos debater.
No momento, estou aqui pelo seguinte: cheguei cansada da rua, tomei um banho e liguei a TV, esse maldito e abençoado aparelhinho. Penso que temos de ter filtros em nosso cérebro, p/ ñ absorver tanta porcaria. Eis que inicia então o telejornal.
De repente, uma pré-adolescente (sim! fase de transição da infância p/ a adolescência, onde os exemplos e influências ganham força) dando um depoimento choroso ao repórter. A menina, de Goiania (GO), tinha marcas de tortura por todo o corpo. Havia sido entregue pela mãe, sem consentimento do pai (são separados) a Silvia Calabrese, empresária, casada com dono de uma construtora, que maltratava essa menina todos os dias.
Enquanto a menina narrava a tortura diária que sentia na carne, de maneira desesperada, eu ficava horrorizada, acho q como qualquer ser humano. comecei a passar mal, chorar mesmo. Fiquei revoltada. Qual é o intuito de um adulto, com boa situação socioeconômica, em pegar uma menina de 12 anos para "criar" e maltratá-la em todos os sentidos, ou seja, física, psicológica, moral? Qual é o objetivo disso? Mas ter ou não objetivos não isenta ninguém de atos impensados, não é verdade?
Enquanto a menina dava seu relato, apareciam cenas de dedos com unhas arrancadas, a língua faltando pedaços (que a empresária arrancada com alicate!). Quem já sentiu dor aguda no corpo acaba de alguma forma sentindo a dor do outro quando vê algo tão violento. E quando eu sinto dor eu enjoo. Mas não deixei de ver a matéria e pensar: a que ponto nós, humanos, chegamos!
Hoje, ao ler o jornal, soube que a mesma empresária já havia sido condenada por torturar uma criança de 5 anos. E está sendo acusada de torturar mais 3! Doença? Maldade? Síndrome de Pequeno Poder (segundo H. Safiothi)? Não sei. Não digeri a dor desta criança. E nem das outras. Mas de uma coisa eu sei! Essa empresária, e também a "babá" que era responsável pela menina, foram presas. Entretanto há vários lados aí: Na primeira condenação a empresária pagou umas cestas básicas, sabe lá destinadas a quem, e nem chegou perto de uma cela. Agora ela está presa, mas vai cumprir um terço, se for condenada - veja bem, SE FOR CONDENADA - e voltará a cometer as mesmas coisas...
A "babá", que a princípio também torturava a menina, foi direto p/ a cadeia. Não que eu sinta pena, mas se for ré primária, nem cesta básica (ou pena alternativa, para "crimes de baixa periculosidade") será proposto na pena, se é que vcs me entendem: ela é pobre. Logo, não pode comprar a liberdade com o vil metal. Então a responsabilidade é maior? não! Mas a pena é seguramente mais árdua...
A mãe da menina, com cara de coitada na TV, ouviu um monte do ex-marido, que nunca concordou que o fato de que ser pobre não significa que não se deva ter carinho e atenção à prole. Deve perder a guarda, já que "entregou a criança há cerca de dois anos". Ou seja, coloca-se um ser vivo no mundo, e se o cinto apertar joga-se a responsabilidade para terceiros. Vemos isso todos os dias. É só perceber a quantidade imensa de crianças e adolescentes nas ruas, no tráfico, etc...
O pai da menina, apesar de não concordar com adoção, também não estava presente no momento em que a criança foi entregue, há dois anos atrás. Também, telefonemas durante dois anos não lhe devolvem a responsabilidade. Pegasse um ônibus e fosse ver a criança! Desculpe, mas é minha opinião!
Resumindo a história: Pobre menina, que é vítima dos pais, de terceiros, e de toda uma sociedade, que não fiscaliza, que lava as mãos e que, por ser "eximida", permite que as coisas cheguem a esse ponto... É vítima minha também, já que sou um pontinho nessa imensa malha chamada sociedade. É assim que começamos a mudar as coisas - quando percebemos que NÓS também temos parcela de culpa.
5 comentários:
Oi minha linda!
Você acha que essa criatura é digna de piedade?
nem os animais tratam seus filhotes como essa mulher.
Como você acha que ficará esse caso?
Aqui tudo acaba em pizza. Logo cairá no esquecimento.
beijus
e ai fia...
pois é, essa noticia foi o fim da picada. agora o que pensei: a troco de que ela fazia isso com a menina? sadismo? era castigo por alguma travessura? e pior! o marido dessa mulher sabia e nao fazia nada? sera que a menina foi estuprada tb? so falta!!!
bj, te add.
Punicao exemplar. Pena de morte ja!
Olá Samantha, fiquei imaginando a dor que você disse ter sentido e a nossa total falta de entendimento a respeito do que levaria um "ser-humano" a praticar tais atitudes.
Bem, essas são perguntas que sempre me faço.
Parto sempre do princípio de que o homem não é bom e nem ruim, ele se adequa às Leis para poder viver em sociedade, não fosse essa necessidade, não sei como seria tal "ser-humano".
Você parece partir da idéia de que o ser-humano é (ou pode ser) bom, daí a tal empresária ser cruel ou doente, sei não.
Ela transgrediu, isso sim, regras sociáveis.
Não quero parecer frio, mas, para mim é importante não criar a lógica binária bom x ruim, bem x mal.
Abraço.
Oi Sam,
eu assisti e chorei muito, me emocionei durante a reportagem. Sempre fui muito dedicada às minhas filhas e quando eram crianças eu morria de medo de morrer e deixá-las sozinhas no mundo e temia que passassem por isto. Sei que nada vai acontecer com a empresária e ela está muito bem orientada por um advogado, eu percebi.Quanto a empregada, vai amargar algum tempo de cadeia e vai "pagar o pato", naturalmente, pelas duas. É assim que o "sistema" fuciona. Vão dar um "cala boca", na família da garota e vai ficar tudo por isso mesmo e daqui a um mês...tudo será esquecido. O "sabe com quem está falando...", continua a pleno vapor !! Ainda estamos na República das Bananas e só vai para cadeia preto, pobre e nordestino. Só tenho a lamentar.
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