quarta-feira, 19 de março de 2008

QUE CRUELDADE!!!


Cara, é incrível! Cheguei em casa ontem depois de mais um dia de médicos e cansaso. Hoje tem fisioterapia no INTO. E na verdade sinto mesmo que estou evoluindo nos movimentos.


Não estou aqui p/ falar do meu caso de lesão de plexo braquial. Se alguém me perguntar eu respondo, mas acho que o melhor é que cada um pesquise sobre o assunto. Aí sim poderemos debater.


No momento, estou aqui pelo seguinte: cheguei cansada da rua, tomei um banho e liguei a TV, esse maldito e abençoado aparelhinho. Penso que temos de ter filtros em nosso cérebro, p/ ñ absorver tanta porcaria. Eis que inicia então o telejornal.


De repente, uma pré-adolescente (sim! fase de transição da infância p/ a adolescência, onde os exemplos e influências ganham força) dando um depoimento choroso ao repórter. A menina, de Goiania (GO), tinha marcas de tortura por todo o corpo. Havia sido entregue pela mãe, sem consentimento do pai (são separados) a Silvia Calabrese, empresária, casada com dono de uma construtora, que maltratava essa menina todos os dias.


Enquanto a menina narrava a tortura diária que sentia na carne, de maneira desesperada, eu ficava horrorizada, acho q como qualquer ser humano. comecei a passar mal, chorar mesmo. Fiquei revoltada. Qual é o intuito de um adulto, com boa situação socioeconômica, em pegar uma menina de 12 anos para "criar" e maltratá-la em todos os sentidos, ou seja, física, psicológica, moral? Qual é o objetivo disso? Mas ter ou não objetivos não isenta ninguém de atos impensados, não é verdade?


Enquanto a menina dava seu relato, apareciam cenas de dedos com unhas arrancadas, a língua faltando pedaços (que a empresária arrancada com alicate!). Quem já sentiu dor aguda no corpo acaba de alguma forma sentindo a dor do outro quando vê algo tão violento. E quando eu sinto dor eu enjoo. Mas não deixei de ver a matéria e pensar: a que ponto nós, humanos, chegamos!


Hoje, ao ler o jornal, soube que a mesma empresária já havia sido condenada por torturar uma criança de 5 anos. E está sendo acusada de torturar mais 3! Doença? Maldade? Síndrome de Pequeno Poder (segundo H. Safiothi)? Não sei. Não digeri a dor desta criança. E nem das outras. Mas de uma coisa eu sei! Essa empresária, e também a "babá" que era responsável pela menina, foram presas. Entretanto há vários lados aí: Na primeira condenação a empresária pagou umas cestas básicas, sabe lá destinadas a quem, e nem chegou perto de uma cela. Agora ela está presa, mas vai cumprir um terço, se for condenada - veja bem, SE FOR CONDENADA - e voltará a cometer as mesmas coisas...


A "babá", que a princípio também torturava a menina, foi direto p/ a cadeia. Não que eu sinta pena, mas se for ré primária, nem cesta básica (ou pena alternativa, para "crimes de baixa periculosidade") será proposto na pena, se é que vcs me entendem: ela é pobre. Logo, não pode comprar a liberdade com o vil metal. Então a responsabilidade é maior? não! Mas a pena é seguramente mais árdua...


A mãe da menina, com cara de coitada na TV, ouviu um monte do ex-marido, que nunca concordou que o fato de que ser pobre não significa que não se deva ter carinho e atenção à prole. Deve perder a guarda, já que "entregou a criança há cerca de dois anos". Ou seja, coloca-se um ser vivo no mundo, e se o cinto apertar joga-se a responsabilidade para terceiros. Vemos isso todos os dias. É só perceber a quantidade imensa de crianças e adolescentes nas ruas, no tráfico, etc...


O pai da menina, apesar de não concordar com adoção, também não estava presente no momento em que a criança foi entregue, há dois anos atrás. Também, telefonemas durante dois anos não lhe devolvem a responsabilidade. Pegasse um ônibus e fosse ver a criança! Desculpe, mas é minha opinião!


Resumindo a história: Pobre menina, que é vítima dos pais, de terceiros, e de toda uma sociedade, que não fiscaliza, que lava as mãos e que, por ser "eximida", permite que as coisas cheguem a esse ponto... É vítima minha também, já que sou um pontinho nessa imensa malha chamada sociedade. É assim que começamos a mudar as coisas - quando percebemos que NÓS também temos parcela de culpa.


5 comentários:

Unknown disse...

Oi minha linda!
Você acha que essa criatura é digna de piedade?
nem os animais tratam seus filhotes como essa mulher.
Como você acha que ficará esse caso?
Aqui tudo acaba em pizza. Logo cairá no esquecimento.
beijus

Garota de Coturnos disse...

e ai fia...
pois é, essa noticia foi o fim da picada. agora o que pensei: a troco de que ela fazia isso com a menina? sadismo? era castigo por alguma travessura? e pior! o marido dessa mulher sabia e nao fazia nada? sera que a menina foi estuprada tb? so falta!!!
bj, te add.

Michelle disse...

Punicao exemplar. Pena de morte ja!

Ricardo Lima disse...

Olá Samantha, fiquei imaginando a dor que você disse ter sentido e a nossa total falta de entendimento a respeito do que levaria um "ser-humano" a praticar tais atitudes.
Bem, essas são perguntas que sempre me faço.
Parto sempre do princípio de que o homem não é bom e nem ruim, ele se adequa às Leis para poder viver em sociedade, não fosse essa necessidade, não sei como seria tal "ser-humano".
Você parece partir da idéia de que o ser-humano é (ou pode ser) bom, daí a tal empresária ser cruel ou doente, sei não.
Ela transgrediu, isso sim, regras sociáveis.
Não quero parecer frio, mas, para mim é importante não criar a lógica binária bom x ruim, bem x mal.

Abraço.

Anônimo disse...

Oi Sam,

eu assisti e chorei muito, me emocionei durante a reportagem. Sempre fui muito dedicada às minhas filhas e quando eram crianças eu morria de medo de morrer e deixá-las sozinhas no mundo e temia que passassem por isto. Sei que nada vai acontecer com a empresária e ela está muito bem orientada por um advogado, eu percebi.Quanto a empregada, vai amargar algum tempo de cadeia e vai "pagar o pato", naturalmente, pelas duas. É assim que o "sistema" fuciona. Vão dar um "cala boca", na família da garota e vai ficar tudo por isso mesmo e daqui a um mês...tudo será esquecido. O "sabe com quem está falando...", continua a pleno vapor !! Ainda estamos na República das Bananas e só vai para cadeia preto, pobre e nordestino. Só tenho a lamentar.